Três incêndios, que deflagraram exactamente na mesma zona, tiveram, segundo a população, mão criminosa na sua origem.
Durante três dias consecutivos, os habitantes da freguesia de Loureiro viveram um autêntico pesadelo, temendo que as chamas atingissem as habitações ou outros bens que cercaram. Mas se os incidentes suscitaram preocupações, motivaram, por outro lado, sentimentos de revolta, partilhados pela maioria dos populares, que suspeitam de mão criminosa.
A hora tardia a que um dos incêndios deflagrou leva os habitantes a crer que alguém terá ateado labaredas que rondaram, na semana passada, as localidades de Moura e Contumil.
O primeiro fogo florestal iniciou-se na tarde de segunda-feira, dia 09, e o segundo no dia seguinte, aproximadamente à mesma hora. Na terça-feira, as chamas, que começaram a lavrar pelas 15h30, no lugar de Contumil, chegaram a ser combatidas por 56 bombeiros e 16 viaturas, e, só duas horas depois, foi dado como dominado.
O atípico sucedeu, contudo, na madrugada de quarta feira passada, quando surgiu um novo foco, “Àquela hora, é quase impossível que o incêndio tivesse sido provocado pelo calor. Só pode ter sido causado por alguém” comentava Maria Guedes, que reside nas proximidades.
A GNR está a investigar as causas dos fogos, no sentido de tentar identificar presumíveis suspeitos. Entretanto, uma viatura dos bombeiros tem permanecido no local em acção de vigilância, de forma a controlar e impedir eventuais reacendimentos.
Zona já bastante ‘castigada’
Nos últimos tempos, aquela zona tem sido fortemente fustigada pelas chamas. Curiosamente, também pelas 15h30 do primeiro dia de Abril do ano passado, os bombeiros combateram um incêndio com duas frentes bastante ativas, alimentadas pelo vento forte que se fazia sentir no local.
A EN224, que liga Estarreja a Oliveira de Azeméis, chegou mesmo a estar cortada ao trânsito durante cerca de dez minutos, devido a uma densa coluna de fumo que pairava no ar.
(DIANA COHEN – Correio de Azeméis, 17 de Julho de 2012)