O Distrito de Aveiro pode contar, no âmbito do DECIF (Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais), com os seguintes meios, de todas as entidades envolvidas: recursos técnicos terrestes (48 na Fase Bravo, 81 na Charlie e 25 na Delta), recursos humanos (219, 345 e 125, em cada uma das Fases), 1 posto de vigia na Fase Bravo e 12 na Fase Charlie, 9 equipas de vigilância (em todas as Fases), equipas de vigilância e ataque inicial (13,17,13, respectivamente, em cada Fase), 2 CPO (Comandantes de Permanência às Operações) e 1 equipa de posto de Comando Operacional Distrital. No que respeita aos meios aéreos, estacionados nos Centros de Meios Aéreos (CMA) de Águeda e de Vale de Cambra, estiveram disponíveis 1 na Fase Bravo e 2 na Charlie (helicópteros de ataque inicial). Adicionalmente, o DECIF compreendeu ainda um Grupo de Reforço para Incêndios Florestais (GRIF), o qual efectuou diversas intervenções, dentro e fora do sector operacional, destacando-se a sua boa prestação em alguns incêndios florestais de maior dimensão em vários pontos do país.
Entre 01 de Janeiro e 15 de Outubro, registaram-se 2384 ocorrências, com uma área ardida estimada de 2540 ha (apenas contabilizando povoamento e matos), segundo o último relatório provisório do ICNF. Santa Maria da Feira, Oliveira de Azeméis, Águeda, Arouca, Espinho e Albergaria-a-Velha registaram o maior número de ocorrências, enquanto a maior área ardida situa-se nos concelhos de Águeda, Albergaria-a-Velha e Oliveira de Azeméis.
O facto de quase todo o território do Continente ter estado entre Janeiro e Abril, em situação de seca (severa e extrema) contribuiu, em parte, para os elevados valores do número de ocorrências e área ardida registados nesses meses, a nível nacional, particularmente, em Fevereiro e marco (in Relatório Provisório de Incêndios Florestais, ICNF). Entre 01 de Janeiro e 15 de Outubro, registaram-se no Distrito quatro incêndios com área superior a 100 ha (dia 23 de Março em Palmaz e dia 27 de Março em Carregosa, ambos no município de Oliveira de Azeméis) e dia 02 de Setembro (em Valongo do Vouga, Águeda e em Albergaria-a-Velha).Essas quatro ocorrências foram responsáveis por 63,2% da área ardida, sendo que o maior incêndio (Águeda) contabilizou 977 ha.
No que respeita às causas dos incêndios, verifica-se que a negligência assume uma relevância preocupante, sendo que muitas das ocorrências são ainda de causa desconhecida.
A pressão humana sobre o território, aliada a condições meteorológicas mais severas, continua a criar uma pressão acrescida sobre o dispositivo de resposta. Haverá pois, para além do investimento que se tem feito em termos de melhoria da gestão operacional e de formação, que reforçar as componentes a montante do combate, nos domínios da prevenção e da vigilância. Caberá a todas as entidades com responsabilidades específicas na defesa da floresta e também ao cidadão acolher este desafio.
(in Boletim Trimestral do CDOS de Aveiro)